quarta-feira, julho 04, 2007
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|segunda-feira, maio 14, 2007
Uma pequena "aparição"
"Pela madrugada entrei enfim no teu quarto, Cristina. À luz frouxa de lâmpada que rezava ao pé de ti, vi-te enfim a face branca coroada de ouro. E a certa altura, sem que ninguém mais tivesse visto, só eu vi, só eu vi, Cristina, as tuas mãos pousadas sobre a dobra do lençol moveram os dedos brevemente. Era um ritmo concertado das duas mãos, mas num ritmo de cansaço final. Na dobra do lençol tu sentias o teu piano, tu tocavas, Cristina, tu tocavas para ti e para mim. Música do fim, a alegria subtil desde o fundo da noite, desde o silêncio da morte. E eu ta ouço ainda agora, Cristina, gelado à lua verde deste Março na montanha, entre o vago deserto que alastra à minha volta e este húmido afago que me vela os olhos de ternura..."